sábado, 22 de novembro de 2008

À moda da casa

Loja do Bispo Rua Melo Alves, 278, Jardins, tel.: 0/XX/11 3064- 8673 www.editoradobispo.com.br

Casa de Quem? Rua Peixoto Gomide, 192, Consolação, tel. 0/XX/11 3257-5626 www.casadequem.com.br



Há um movimento interessante acontecendo em algumas lojas paulistanas de moda e decoração. São espaços com motivações artísticas e conceitos variados que extrapolam o consumo tradicional, endereços em que as atrações vão além das prateleiras de produtos e das seleções de peças tradicionais do gênero. O que se vê hoje em dia são as chamadas "lojas conceito" onde se encontra de tudo: roupas, livros, objetos, serviços e por trás deles a idéia, estilo e conceito da marca.
É fato que design, decoração, arquitetura e moda são influenciados pelas mesmas correntes artísticas e pelo momento socioeconômico. Já na década de 90 as pessoas se voltaram para suas casas, reunindo a família e os amigos, valorizarando as coisas da casa: “home theater”, “family rooms”. Integrar ambientes e pessoas era prioridade nos projetos.
A quantidade de informações que temos hoje e a infinidade de estilos, formas, cores que nos chegam por diversos meios, exigem de nós, para que tiremos proveito disto tudo, que sejamos críticos. Como filtrar todas essas informações para mantermos a nossa identidade seja no vestir ou para decorar o espaço em que vivemos?
Para Valeska Tonet, da Donatelli Tecidos, a utilização dos tecidos tanto na moda como na decoração podem ser adaptados ao estilo de cada um. "É engraçado, mas quando você olha para uma pessoa, para o jeito que ela se veste, já é possível imaginar como é a casa dela", conclui.
Pode parecer contraditório que em tempos de globalização, num momento em que grande parte das pessoas deseja ser famosa, certa discrição e clandestinidade devam voltar a fazer parte do nosso dia a dia. É o que tudo indica. A valorização do simples e do essencial, um não à ostentação, ao supérfluo, à sofisticação dos aparelhos. A busca por produtos deve guiar-se por escolhas pessoais e subjetivas, longe das tiranias das marcas (um trabalho a mais para os publicitários). Após um período de consumo excessivo, de super valorização da aparência e do ego, devemos nos voltar à valorização da qualidade, de materiais raros e a certo recolhimento interior. Intimidade, serenidade e comprometimento com nossas escolhas devem ser a tônica daqui por diante.
Portanto, o interessante desses espaços “conceito” é que cada um dos objetos à venda tem uma história curiosa por trás. A pesquisa histórica, quando se descobre quem fez, quando e em que contexto, se torna o entretenimento perfeito para um público avesso a mesmices, interessados em fugir do que "todo mundo já tem" e de modinhas massificadas.


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